Autor questiona as verdades por trás dos muros do Vaticano em A Mentira Sagrada que chega ao Brasil pela Editora Jangada.
Luis Miguel Rocha, primeiro autor português a entrar na lista dos mais vendidos do The New York Times escreveu o instigante thriller direto de seu aparelho celular, pelas ruas de Roma e do Vaticano
Há quem considere a história uma sucessão de fatos mortos, perfeitamente orquestrados e sepultados na eternidade, cuja verdade consiste neste pressuposto inabalável. Mas será que a história de ontem não nos diz nada sobre os dias de hoje? Será que os fatos sucederam como nos contam os livros?
A Mentira Sagrada, novo livro do escritor Luis Miguel Rocha, publicado no Brasil pela Editora Jangada, alude à uma direção. Seja no sugestível título, seja nos questionamentos que suscita no leitor, a questão da verdade defendida pela Igreja Católica permeia esse moderno thriller que se passa em Roma e adentra nos meandros do vaticano em pleno século XXI.
A ideia segundo a qual quanto menos se sabe mais se crê, aparece indicada nas primeiras páginas do livro. O escritor lembra que antigamente, fenômenos da natureza comumente conhecidos e explicados hoje com a ajuda da ciência, como as trovoadas e terremotos, eram identificados como ira de Deus, ou um prenúncio do fim do mundo se estivéssemos falando de eclipses. Nesse sentido, o que não se explica materialmente eleva-se à um nível de compreensão metafísico, com estatuto próprio.
As regras deste universo, vale ressaltar, são criadas pelos próprios homens, assim como antes de serem padres, bispos e papas tratam-se de homens. Homens que fizeram a escolha de viver pela fé, em nome de Deus. Fé cega, questionadora ou condizente com interesses privados, mas que defende ideais sagrados. Ou seriam mentiras sagradas? Mas como comprovar a veracidade da fé? Teria a ciência capacidade de invadir seu território?
Isso o autor não pretende. O que pretende, a partir de extensa pesquisa e fontes sigilosas de dentro do Vaticano, é questionar o Jesus histórico. Questiona se Jesus foi mesmo crucificado; o papel dos Jesuítas na constituição da igreja; e se o papa é mesmo o homem mais poderoso da Igreja Católica; ao que responde de forma intrigante, mas elucidativa, fiel e também profana, em síntese, apaixonante.
Apaixonantes e odiosos são também os personagens, mas não de uma forma maniqueísta. Eles são odiosos e apaixonantes ao mesmo tempo, ou ao passo de alguns capítulos. Uma trama coberta de suspense, conflitos de interesse e um caso de amor proibido dão a tônica do enredo.
Afinal, como diz o próprio Luis Miguel: “Meus livros são para serem lidos como ficção. Eu monto um espetáculo para que o leitor tenha prazer durante a leitura e, ao mesmo tempo, apreenda alguns dados históricos. Não é minha intenção converter ninguém. Se quisesse que os meus livros tivessem uma interpretação séria escreveria ensaios. Por outro lado, o José Rodrigues dos Santos, escritor e jornalista português que apresentou o meu livro em Lisboa, afirmou que em ficção se podem dizer mais verdades que em jornalismo. E, nesse ponto, concordo com ele. De qualquer maneira, o meu interesse é que o leitor desfrute do espetáculo que preparei para ele”.
Sobre o autor
Luis Miguel Rocha nasceu no Porto em 1976 e dedica-se integralmente à escrita. A Mentira Sagrada é o mais recente livro do escritor que, em 2006, com a publicação de O Último Papa, tornou-se o primeiro autor portugues a ingressar na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times. Em 2007, com o título Bala Santa, tornou a compor o ranking. Luis Miguel Rocha é também o primeiro escritor a escrever seus livros inteiramente em aparelhos celulares, porque, segundo ele, é a melhor maneira de agarrar as ideias.
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